O Militante das Ordens Inicáticas


Quem é um Pedreiro Livre? É um artesão espiritual, um tijolo do Senhor dos Mundos.

domingo, 14 de novembro de 2010

Carne "Suja": do pasto ao prato

Como estarão nossas matas na metade do século XXI? Entenda porque o clima está de cabeça para baixo e o sofrimento que nos aguarda num futuro que já chegou.


O Globo Economia

A saga dos xavantes se arrasta há 12 anos, desde 1998 quando a terra indígena Marãiwatsede foi homologada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Hoje, 90% do território já foram ocupados com gado e soja, ambos expoentes do agronegócio brasileiro. Localizada ao norte do Mato Grosso, Marãiwatsede é apontada como o exemplo mais emblemático da contaminação da cadeia produtiva da pecuária e da soja no país.
Carne suja e soja idem saem das terras indígenas diretamente para a mesa do consumidor.

Veja aqui.

domingo, 19 de setembro de 2010

Antes de escolher sua carreira

Pedagogo explica o que fazer antes de escolher a carreira; leia entrevista na íntegra

GERMANO ASSAD
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

http://www1.folha.uol.com.br/saber/798976-pedagogo-explica-o-que-fazer-antes-de-escolher-a-carreira-leia-entrevista-na-integra.shtml

O pedagogo Silvio Bock, diretor do Nace, empresa de orientação profissional, já ajudou milhares de jovens no difícil momento de decisão por um curso superior.
O método da abordagem sócio-histórica, criado por ele, leva em conta a evolução da sociedade, das instituições e das tecnologias. E emprega um processo que contextualiza as necessidades e anseios da adolescência com a realidade do mercado e dos campos de trabalho.
Confira a entrevista com o consultor, que fala sobre as profissões recém-criadas:

FOLHA - Como surgem as novas profissões?
SILVIO BOCK - Mercado de trabalho é uma relação concreta de oferta e procura. Campo de trabalho é o potencial de trabalho que uma dada área, não necessariamente convertida em mercado, possui. E aí estão incluídos os campos já conhecidos e os campos a conhecer. Ou seja, estou dizendo que as profissões e ocupações têm movimento, elas não são estáticas no tempo. Se as profissões quiserem continuar existindo, logicamente elas têm que criar novos campos de trabalho, novas possibilidades de intervenção ¬ o que as profissões tradicionais fazem com muita percepção da realidade, novas possibilidades. O direito, por exemplo, área mais tradicional do que esta não existe. E você tem áreas novas como o direito internacional, o direito ambiental, o direito do consumidor que é muito recente, os direitos difusos que existem hoje e são estudados na USP, quer dizer, as profissões são capazes de criar novos campos de trabalho. Isso é importante dizer, elas não surgem do nada essas necessidades, esses novos cursos. Provavelmente elas já existem na realidade e as instituições captam essa existência, ou uma tendência e acabam colocando isso de uma maneira formalizada na universidade, ou num curso técnico, ou num curso livre.


Muitas das profissões criadas eram inclusive cadeiras de outros cursos.
Como zootecnia era uma cadeira de veterinária, tempos atrás. E acaba se destacando. Esse preâmbulo é importante para dizer que não é do nada, não são invenções simplesmente. Elas conseguem captar uma necessidade. Se elas vão sair da idéia do campo para se transformar em mercado são outros quinhentos. Então, por exemplo, os cursos da USP, tirando duas ou três exceções da zona leste, são invencionices que não tiveram respaldo no mercado de trabalho. Aquele curso de gerontologia foi uma invencionice porque gerontologia é um campo de trabalho da medicina, da fisioterapia, da psicologia, da fonoaudiologia, da terapia ocupacional, é um campo conhecido.

Mas vemos sinais, no mundo todo, que a população idosa está crescendo, e muito, será que não há uma defasagem de médicos, fisioterapeutas e profissionais para atender esse público? Será que não há de fato uma demanda que não vem sendo suprida?
Isso tem que ser levado em conta. Mas de qualquer forma é uma invencionice, porque as pessoas não encontram local para trabalhar. Porque pode ser uma especialização de várias possibilidades. Não sou contra, de repente poderia ser um belíssimo curso de pós, mas fazem uma graduação. Aí temos o problema específico do curso de obstetrícia. Quer dizer, inventaram esse curso em cima de uma justificativa até lógica, só que a própria USP não reconheceu os formandos de obstetrícia, tanto é que o curso foi transformado em um curso de enfermagem. Então, os cursos da USP, a parte têxtil houve um bom reconhecimento, até mudou de nome, ele atingiu de fato uma necessidade, é um curso que teve respaldo e teve um reflexo na realidade. Mas outros, o marketing, por exemplo, é uma área existente, que eles traduzem num curso específico. Aí a pergunta é como é que as pessoas chegam no marketing, ou via publicidade ou pela administração de empresas, são duas possibilidades de formação. A USP inventa esse curso, que pode ser interessante, mas não fica claro que profissional é esse. Então, nós temos que tomar cuidado em falar de novas áreas de intervenção e novos cursos. Quer dizer, a nanotecnologia é uma área que já existe, está havendo um desenvolvimento visível, já tem físicos, engenheiros trabalhando com isso, e de repente surge uma nova área, como a biotecnologia também, área de trabalhar com genética, transgênicos... e a nossa questão geral é que o problema da graduação é que cada vez existem mais especialidades, esse educomunicação, da USP, é muito interessante, é feito na comunicação, quer dizer... habilita para dar aulas de comunicação e desenvolver projetos midiáticos no ensino fundamental e no terceiro setor. É uma coisa muito interessante, formar um profissional para essa área, não acho ruim. Agora... tem pedagogia aqui? Cadê a pedagogia? Não estou vendo... não tem. É um curso que está percebendo uma realidade, agora, saber se ele vai encontrar respaldo nessa realidade é outra história. A FAAP tem um curso de pós nessa área, de educomunicação. Aí vem gente da comunicação, da pedagogia, da psicologia. Então, na minha opinião, falta um pouco de critério. As faculdades privadas estão garimpando mercado e buscando novas possibilidades de ganho. Quem é muito perspicaz nisso é a Anhembi, que tem muitos cursos diferentes. Alguns pegam e outros não pegam. Os que não pegam eles fecham, não tem problema algum, e logo lançam outros.

Nessa questão da nanotecnologia, há um documento, do programa preliminar do Plano Plurianual 2004 - 2007 para Desenvolvimento da Nanociência e da Nanotecnologia no Brasil que alega inviabilidade na criação de cursos de graduação.
Vamos lembrar... isso de não ser viável é complicado. Muitos anos atrás surgiu um curso de oceanografia no Rio de Janeiro, em uma faculdade privada que não me lembro o nome. E a USP falava não, oceanografia não pode ser um curso de graduação, tem que ser um curso de pós-graduação, eles tinham o instituto oceanográfico, tinham uma belíssima pós-graduação e nunca abriram o curso de oceanografia. Estamos falando da década de 80, 90, eles tinham essa posição. E hoje, recentemente, a própria USP abriu um curso de oceanografia. Quer dizer, falar que não é viável também não diz muita coisa. Não é viável segundo a perspectiva de alguém.

Temos que alertar o pessoal sobre os cursos "caça-níquel", que em entidades privadas são compreensíveis, mas nas públicas, acontecem por pura falta de critério?
Eu me interessei e fui atrás de informações para saber porque fizeram esses cursos na zona leste. E a resposta é que foram feitos estudos, e que não pode haver cursos de pós-graduação na mesma área, é uma norma do estatuto. Mas vamos lembrar outras histórias. A USP, muitos anos atrás, teve uma divisão no curso de Educação Física e criaram o curso de Esportes. Então hoje existe esportes e educação física, que não existia antes. Se você verificar porque isso aconteceu, o que aconteceu, há um estudo aprofundado? Que nada, é uma briga de departamento, uma briga de pessoas e existe até hoje perturbando a vida de nossos infelizes alunos do ensino médio que precisam optar entre um e outro e nunca fica muito claro o que o outro faz. Então não dá pra pensar que tudo foi feito numa sólida base... quer dizer, o curso de gerontologia não precisa fazer pesquisa, é só pegar a questão demográfica no mundo e no Brasil também, a população idosa é crescente, por isso várias profissões começam a se dedicar também a questão do idoso, então você tem o turismo do idoso, a fisioterapia, a medicina, a terapia ocupacional, a educação física... e aí se cria o curso de gerontologia, que traz um foco específico, o que é interessante, mas... onde é que vai trabalhar esse cara da gerontologia, que não é médico, que não é fisioterapeuta, que não é educador, eu não sei. Não sei se vai encontrar espaço, apesar de dizer: o mundo está envelhecendo. As profissões não surgem do nada, na verdade a necessidade vem se constituindo na mudança da sociedade, nas mudanças da tecnologia, e de repente um curso se destaca. Em geral já existem pessoas intervindo nessa área antes da formalização do curso, quase sempre, se não for um curso inventado. A nanotecnologia surgiu porque algumas pessoas de algumas áreas, principalmente da química, começaram a atuar nessa área, lógico que é uma área nova. Agora, se formar nessa possibilidade diretamente é um risco, porque você não tem outras formações que pudessem te deixar mais flexível no mercado, por outro lado, você tem uma superespecialização que é uma vantagem. No caso da nanotecnologia que dizem que é uma tecnologia que veio pra ficar, que está nas nossas vidas, não que seja futuro, já está presente em nossas vidas. Aí depende de caso por caso, porque no Brasil nós temos a tradição de uma formação muito específica. Estava lendo um artigo de um pesquisador, engenheiro, onde ele propõe a normatização de nomenclatura para cursos. Porque hoje, a USP oferece vinte e tantas engenharias, e tem muito mais. Engenharia física, será que é necessária? Com esse nome? Alguém inventou.. então é um movimento de pêndulo, é um avanço que pode também significar um retrocesso, pode significar ainda uma esperteza de alguém para abrir um curso e capturar algum tostão, a universidade pública não é tão bonita e perfeita, um grupo de professores que decide rachar e consegue poder para instituir uma nova faculdade...

Como se precaver?
Tem que buscar informações de todos os lados. Ele tem que não só ler o folheto do curso, que é uma fonte de informação, mas tentar buscar outras possibilidades, conversando com profissionais, da área ou que estão próximos da área. Também pesquisando a qualidade da instituição que oferece o curso, hoje se tem a avaliação da instituição como um todo, o MEC promove, se é uma instituição que está bem ou não avaliada, também dá o caráter disso.

Na sua opinião, algum dos cursos não deveria estar na lista?
A obstetrícia, da USP, educação especial, eu não entendo isso. Eu sou pedagogo de formação, é uma possibilidade de formação dentro da pedagogia e já existia, não é nova, quer dizer, é nova em função deste momento, que fala-se em legislação específica da área, que busca integração, mas dizer que é nova, não sei. Jogos digitais é uma realidade de fato, que junta design com computação. Agroecologia, eu conheço mil intervenções. É um curso específico para fazer a produção agrária de forma ecológica. É uma visão, eu conheço a termacultura, que é uma filosofia de resposta ao mundo, de como deveriam ser as moradias e o plantio. Essa aqui pega uma moda, perfeito... agora, porque não ser uma grande cadeira do curso de agronomia? Petróleo e gás, na verdade poderia ser uma especialização de cursos que já existem como engenharia de minas e geologia, que vem com essa moda do pré-sal, que vai contra o digamos assim, pessoal mais ecológico.

Sobre as graduações tecnológicas...
Essas formações tecnológicas se multiplicaram com a idéia de suprir as necessidades regionais. É como o curso de fotografia do SENAC, é super legal, mas quatro anos... é como esse outro de estética, o visagismo. É ótimo, mas podia ser tecnológico, e não bacharelado de quatro anos... mas isso ainda precisa se provar no mercado. A questão do mercado de trabalho no Brasil é uma coisa complicada, primeiro porque há uma disfunção salarial muito desequilibrada, e o mercado se aproveita disso. Então, de repente, o mercado pode começar a considerar que a formação tecnológica é uma formação de segunda linha. Eu não sou contra, mas pode considerar, e a pessoa pode ter dificuldades de ascensão por não ter bacharelado. Pode ser um critério de seleção. Mas ainda é muito pouco tempo pra que se tenha clareza, o que se sabe é que esse mercado tecnológico na área de eletrônica tem sido capaz de incorporar as pessoas formadas. Mas será que está havendo uma diferenciação (e isso eu não sei te responder) entre salários e cargos de tecnólogos e bacharéis?

De qualquer maneira, os tecnólogos podem continuar complementando a formação.

Podem inclusive complementar seus estudos e conseguir um bacharelado, ou entrar direto em uma pós, sem problema algum.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os Segredos do Templo de Salomão, primórdios da Maçonaria Lendária

Enviado pelo Ir.’. Buby Ortiz

bubyortizju@gmail.com

Email do Ir∴ ptolomeubueno@terra.com.br
Publicado na Edição 12 em Tempo de Estudos 15 de Junho de 2010



A Maçonaria é uma instituição de mais de 300 anos cuja tradição filosófica se assenta sobre 3000 anos de história. Partindo dessa premissa podemos dividir sua origem em duas versões: a origem lendária (que iremos abordar neste artigo) e a origem histórica. Entendemos como origem histórica o período de 1717, amparado por farta documentação, acerca da fundação da Grande Loja de Londres. É nesse ponto que podemos afirmar categoricamente que a Maçonaria passa a existir como instituição. No entanto, essa irmandade, fruto da Idade Moderna, baseia-se em conceitos, tradições e rituais que antecedem sua existência.




Poderíamos retroceder até 3000 anos de história para recompor essa tradição. Boa parte dela é de natureza essencialmente religiosa. É com base no cristianismo que diversas lendas ou alegorias maçônicas são tecidas. Dentre estas talvez a mais importante seja a história da construção do templo que abrigou a Arca da Aliança cujos principais personagens foram: o construtor Hiram Abiff e o próprio rei Salomão.
O Templo de Salomão em particular ocupa uma posição de destaque dentro da simbologia maçônica, tratando–se de uma das maiores fontes de símbolos, alegorias, lendas e ensinamentos da Maçonaria. Por se tratar de uma construção com mais de 3000 anos de idade, é natural que diversas dúvidas surjam no decorrer da busca das origens maçônicas. Podemos nos perguntar: o Templo de Salomão realmente existiu? Se existiu, quais eram suas dimensões? Hiram Abiff foi um personagem real?
Antes de tudo, é preciso lembrar que não há qualquer registro extrabíblico a respeito da construção do Templo de Salomão. Dessa forma, contamos apenas com a Bíblia como documento. Partimos então de uma nova pergunta: “a Bíblia pode ser interpretada como fonte histórica?”

Para responder a essa pergunta, precisamos voltar a dezembro de 1892 quando George Smith apresentou uma notável descoberta à sociedade de arqueologia bíblica de Londres. Ele entregou a tradução de uma tábua mesopotâmica contendo o relato de um dilúvio. Talvez, o mesmo dilúvio que levou Noé a construir sua arca. Esse fato criou uma febre entre arqueólogos e historiadores que passaram a pesquisar a arqueologia bíblica como uma ciência.
A Bíblia, em particular o antigo testamento, formam um conjunto de histórias contadas através da tradição oral. “Enquanto todas essas histórias circulavam, surgiam os primeiros sistemas de escrita do mundo. Por volta de 3.200 a.C. o povo da mesopotâmia desenvolveu a escrita cuneiforme, na qual símbolos eram prensados em placas de argila ou em entalhos na pedra”.BEITZEL, Barry J. Bíblica – o Atlas da Bíblia, p. 16.

Concomitantemente, o Egito desenvolveu o sistema de hieróglifos. Essas duas nações desempenharam papéis fundamentais na história bíblica e forneceram importantes ícones para a tradição maçônica.
Na época de Davi e Salomão, o sistema de escrita encontrava-se mais desenvolvido. Por volta de 1011 a.C. o jovem rei Davi iniciou um período de expansão literária. Atribui-se a ele muitos dos salmos da Bíblia. Durante seu reinado foram designados escribas para redigir e manter crônicas de seu reinado. Quando Salomão assumiu o trono, além de iniciar a construção do Templo encomendou diversos Salmos para serem celebrados ali.
Apesar das minuciosas descrições registradas na Bíblia, ainda não foi possível, contudo, ter certeza quanto ao primeiro templo de Jerusalém. A arqueologia bíblica ainda não apresentou nenhuma prova válida da existência de tal obra. Explica-se a ausência de vestígios arqueológicos à completa destruição que teria sido realizada por Nabucodonosor, ou à insuficiência de escavações no próprio sítio atribuído à localização do Templo. Esse lugar (sagrado para Judeus, Muçulmanos, Católicos e Protestantes) seria atualmente ocupado pela Mesquita de Omar, ou o Domo da Rocha, onde Abraão, obediente a Deus, quase sacrificou seu próprio filho, Isaac (Gen. 22.1-19) – onde, de modo significativo, a tradição islâmica localiza Maomé subindo ao Céu. por causa desses fatos torna-se quase impossível empreender uma busca arqueológica dos resquícios do templo de Salomão.

Alguns historiadores referem-se ao célebre “muro das lamentações” como tendo sido parte da grande alvenaria de arrimo na esplanada do Templo. Contudo as determinações científicas de datação conferem ao muro idade próxima à década anterior ao nascimento de Cristo. Dessa forma, essa obra seria mais adequada de ser atribuída ao terceiro templo destruído pelos romanos.
Por outro lado, não existem dúvidas quanto à existência do reinado de Salomão. Esse sábio rei foi um exímio administrador. Um de seus primeiros atos como rei foi dividir o reino em distritos administrativos enviando provisões e recursos para a corte. Através desse sistema Salomão pode empreender grandes obras arquitetônicas, entre as quais supostamente estaria incluído o Grande Templo.





Várias melhorias feitas por Salomão foram confirmadas por arqueólogos: “o israelense Yigael Yadin descreveu os imponentes muros e portões construídos durante o período salomônico, incluindo um portão com seis câmaras e um muro com casamatas.” BEITZEL, Barry J. Bíblica – o Atlas da Bíblia, p. 242.
Podemos ainda citar “Gezer localizada aos pés das colinas centrais, perto de Selefá, que ligava a via Maris (rodovia costeira internacional) a Jerusalém e foi parcialmente destruída pelo Faraó egípcio em torno de 950 a.C., foi dada a Salomão como dote por seu casamento com a filha do Faraó”. BEITZEL, Barry J. Bíblica – o Atlas da Bíblia, p. 243.
Além disso, a cidade de Jerusalém, escolhida como capital por Davi, cresceu em tamanho e importância política durante o reinado de Salomão. A eira da Araúna (também identificada como Monte Moriá), comprada por Davi e usada como local sagrado para oferecer sacrifícios tornou-se o local para a construção do Grande Templo.

O “livro de Reis” que integra a Bíblia e narra a trajetória do Rei Salomão e a construção do grande Templo encontra na arqueologia confirmação histórica. Diversos locais, nomes e acontecimentos são cientificamente comprovados. Dessa forma, podemos sim afirmar que o Templo de Salomão realmente existiu. Nada contraria o fato de que toda sua forma gloriosa tenha sim sido arquitetada pelo mestre de obras Hirão-Abi (2 Cr 2.13,14).

“Solomon Before the Ark of the Covenant” Blaise-Nicolas-Le-Sueur – 1747. Musée des Beaux-Arts.

A tradição bíblica ainda orienta importantes aspectos dos templos modernos. Devemos lembrar que segundo o livro de Reis as janelas do Templo de Salomão deviam estar acima do telhado das câmaras, eram de grades, não podendo ser abertas (1 Rs 6.4). Os objetos mais proeminentes no vestíbulo eram dois grandes pilares, Jaquim e Boaz, que Hirão formou por ordem de Salomão (1 Rs 7.15 a 22). Jaquim (‘ele sustenta’) e Boaz (‘nele há força’), apontavam para Deus, em Quem se devia firmar, como sendo a Força e o Apoio por excelência, não só o Santuário, mas também todos aqueles que ali realmente entravam.

Essa simbologia bíblica alimenta defesas como do pesquisador maçônico Manly Hall. Para ele, a construção do Templo de Salomão não tem uma importância direta para a Maçonaria. Segundo ele, sua essência: “não é histórica nem arqueológica, mas uma linguagem simbólica divina perpetuando sob certos símbolos concretos, os sagrados mistérios dos antigos.
Apenas aqueles que veem nela um estudo cósmico, um trabalho de vida, uma inspiração divina de pensar melhor, sentir melhor e viver melhor com a intenção espiritual de iluminação como fim, e com a vida diária do verdadeiro maçom como meio, conseguiram um vislumbre dos verdadeiros mistérios dos ritos ancestrais”. HALL, Manly P. As chaves perdidas da Maçonaria, p. 36.

É certo que, seja ela histórica ou filosófica, a origem lendária atribui à Maçonaria uma consistência incomparável frente as demais instituições modernas.

Enviado pelo Ir.’. Igor Guedes de Carvalho
Bacharel em História pela Universidade Federal de Ouro Preto e Companheiro Maçom da Loja Vigilantes da Colina Nº 68, jurisdicionada à Grande Loja de Minas Gerais.
Bibliografia
Bíblia Sagrada (tradução dos originais hebraico e grego feita pelos monges de Maredsous). São Paulo: Editora Ave Maria, 2001.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Um passeio virtual pelo Palácio dos Leões, em São Luis do Maranhão

Visite o


PALÁCIO DOS LEÕES

São Luis do Maranhão

Sede política e institucional do Governo do Estado do Maranhão, o Palácio dos Leões representa um dos maiores símbolos da cultura maranhense.

Sua localização privilegiada, no alto do promontório onde nasceu a cidade de São Luís, aliada à sua trajetória histórica, sua arquitetura e seus bens móveis e artísticos, compõem um conjunto de fundamental importância para o entendimento da formação da identidade cultural do povo maranhense.

Clique e comece seu passeio

por aqui: Palácio dos Leões

A sua origem histórica é de 8 de setembro de 1612, quando os franceses, comandados por Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardiere, sob a proteção da rainha regente da França, Maria de Médicis, estabeleceram entre os estuários do rio Anil e Bacanga na ilha de Upaon – Açu, a colônia que batizaram de França Equinocial, iniciando a construção de um forte, ao qual deram o nome de São Luís, em homenagem ao Rei de França.
Após a expulsão dos franceses, em 1615, o capitão-mor Jerônimo de Albuquerque utilizando a mão de obra dos índios inicia no local do forte de São Luís, rebatizado pelos portugueses de São Felipe, a construção em taipa de pilão da residência dos Governadores, conforme projeto do engenheiro militar Francisco de Frias Mesquita.
Em 1624, o novo Governador Geral do Maranhão, Francisco d’ Albuquerque Coelho de Carvalho, determinou a reconstrução do Forte de São Felipe em pedra e cal. Na mesma época, determinou também a reconstrução da residência dos Governadores. A primitiva construção, serviu tanto de moradia como despachos administrativos até o ano de 1762.

Em 1766 o governador Joaquim de Mello e Póvoas determinou a demolição do velho Palácio do Governo e fez construir uma nova sede para melhor acomodar a família dos capitães- generais que lhe sucedessem. O edifício construído por ordem de Mello e Povoas, feito de pedra e cal, era sóbrios, acachapado, com beirais salientes, o telhado baixo, tendo a entrada de lado, uma vez que somente na reforma empreendida em 1857 é que foi a mesma deslocada para o centro do prédio.
Durante todo o período do império o Palácio do Governo passou por várias reformas. Dentre esses melhoramentos, os mais significativos foram: iluminação a gás e lageamento do passeio da testada do edifício em pedra de cantaria portuguesa em 1863 e a aquisição de móveis e outros objetos em 1872.
Na era republicana, o antigo prédio do Palácio do Governo, passa por sua primeira grande reforma em 1896, durante a administração de Manuel Inácio Belfort Vieira.
A segunda reforma seria empreendida em 1906 por Benedito Leite, responsável pela construção da extensa ala nos fundos do Palácio, destinada à residência do governador e aquisição de algum mobiliário e objetos de adorno que mandou vir da Europa.
Em 1911, quando Luís Domingues assumiu o governo do Maranhão, encontrou o Palácio com pouca mobília, muitas salas necessitando de reparos, a fachada ainda no estilo colonial, apesar de estar alterada em alguns pontos, a exemplo do brasão heráldico com leões pintado em azulejos.
Este brasão heráldico serviu mais tarde como tema ao jornal “O Combate”, em sua campanha oposicionista ao governo de Magalhães de Almeida (1926 – 1929), que fazia, de forma irônica, a comparação entre o governador e seu gabinete com os leões. Apesar da clara intenção de uma crítica ferina, o apelido “pegou”, com o povo e sucessivos governantes adotando para sempre o nome de Palácio dos Leões.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Nações Unidas, Pobreza e.... e a Maçonaria?

O Maçom David Kasahara, filiado ao Grupo Tempo de Estudos (tempo-de-estudos@yahoogrupos.com.br), manda sua mensagem sem dó nem piedade; ele alerta para a necessidade de se cumprirem as ações que visem reduzir e acabar com a pobreza extrema no planeta.

O discurso do David é contundente, digno, urgente e necessário de se levar aos maiores Eventos Maçônicos ou não, seja a CMSB, GOB, CONAB ou o Congresso Nacional.
Copie, repasse, e vamos acordar todo mundo.
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Nações Unidas e Pobreza

Ir∴ David Kasahara - dkasahara@gmail.com


Meus IIr.'.,

As Nações Unidas foram criadas para trazer níveis mínimos de dignidade a vida humana e para acabar com conflitos armados que mataram milhões na Primeira e na Segunda Guerra Mundial. Apesar de mais de 6 décadas de existência, pouco se tem realizado para reduzir a extrema pobreza em varias nações do mundo.

O objetivo atual e recente das Nações Unidas é acabar com a miséria ate o ano 2015.
Sim isso mesmo, 5 anos para acabar com a situação em que seres humanos de diversos países não têm acesso a comida, água, habitação, saúde, e educação.
Para isso, as Nações Unidas tem 8 alvos divididos em 21 sub-alvos quantificáveis que são mensurados através de 60 indicadores:

1. Erradicar a extrema pobreza e a fome
2. Alcançar a educação primaria universal
3. Promover a igualdade entre os gêneros e promover as mulheres
4. Reduzir a mortalidade infantil
5. Melhorar a saúde maternal
6. Combater o HIV/AIDS, a malaria e outras doenças
7. Assegurar a sustentabilidade ambiental
8. Desenvolver parceria global para o desenvolvimento.

Bom, meus IIr∴, o que isso tem a ver com a maçonaria?
Tem muito a ver com a maçonaria porque indiretamente é isso que esperamos promover na nossa Ordem.

O desenvolvimento espiritual, intelectual e pleno do ser humano, passa pela necessidade de transformar o mundo material que vivemos em um mundo muito melhor, mais avançado, mais digno a outros seres humanos e seres vivos desse planeta.
Sem que compreendamos essa necessidade a nossa evolução pára por ai, e seremos apenas um ser intelectóide, mas sem a evolução necessária para alcançar as altas sendas do desenvolvimento espiritual e filosófico.
Quando jovem, sempre questionei o porque que alguns tem muito e outros não tem nada.
Apesar dos meus pais serem contra, sempre conversei com indigentes, pessoas de outras etnias, e de outras orientações religiosas para compreender melhor a sociedade brasileira, e sempre argumentei nas aulas de OSPB e EMC.

A Maçonaria e seus membros não só podem fomentar esse propósito, como deve fazer o melhor para que esses oito objetivos das Nações Unidas seja alcançado o mais breve possível, mas se não for possível ate 2015, porque não tentarmos ate 2016?
Mas vamos contribuir por vias materiais, de apoio, de divulgação, de educação, ou mesmo trabalhando para a sustentabilidade ambiental dentro de casa. Devemos exigir dos candidatos a presidência um cronograma para levar o Brasil a cumprir essa erradicação em 2015, e mais ainda, para que os cidadãos brasileiros ajudem aqueles irmãos da África, que nada possuem, da Ásia, e de outros países latino-americanos.

Muito falam do pré-sal, todos querem ganhar dinheiro com isso, mas ninguém discute como usar de forma racional as riquezas coletadas deste projeto ou de outras fontes naturais do Brasil. Estas fontes seriam para fomentar projetos de interesse nacional como renda mínima, saúde universal, ou erradicação do trabalho infantil.

Aprendemos que devemos trabalhar na pedra bruta, mas ainda estamos na pedra mais bruta ainda, e nem na polida chegamos, pois muitos ainda estão mais preocupados com o copo d'água, com o paramento, com qual mármore colocar no piso do templo maçônico a ser erguido, ou nas festas da Loja. Deveríamos isso sim, usar nossos esforços para trabalhar na nova revolução, não aquela que libertou os países de seus opressores, mas numa revolução humanitária, onde compartilhamos o excedente que temos, com aqueles que nada tem.

Deixo aqui o meu óbulo e o TFA,

David

fonte: http://www.undp.org/mdg/basics.shtml

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Um Mestre Maçom chamado Luiz Gonzaga

Colaboração do Ir∴ Sergio Elvis (sergio.elvis@terra.com.br) pertencente ao Grupo Tempo de Estudos (tempo-de-estudos@yahoogrupos.com.br)

O Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Pernambucano de Exu-PE, viu a Luz na Maçonaria no dia 03 de abril de 1971, na Augusta e Respeitável Loja Simbólica Paranapuan nº 1477, Oriente da Ilha do Governador - RJ, do Rito Moderno ou Francês.

No dia 14 de dezembro de 1971, foi Elevado ao Grau de Companheiro Maçom e no dia 05 de dezembro de 1973, foi Exaltado ao Grau de Mestre.

Nos Graus Filosóficos, foi Iniciado no Grau 04 em 10 de agosto de 1984, no Sublime Capítulo Paranapuan, jurisdicionado ao Supremo Conselho do Brasil do Rito Moderno.

A música Acácia Amarela foi composta em 1981; o Irmão Luiz Gonzaga achou oportuno fazer uma homenagem a Maçonaria e elaborou a letra e o tema musical.

O Irmão Orlando Silveira deu algumas sugestões e harmonizou a melodia. Encerrado os trabalhos a música foi incluída no CD “O Eterno Cantador” do selo BMG-RCA, com arranjo de Orlando Silveira e vocal de Luiz Gonzaga.


domingo, 20 de junho de 2010

Templo esotérico vira patrimônio cultural de São Paulo‏

Na rua Rodrigo Silva, em São paulo, operou o Circulo Esotérico da Comunhão do Pensamento, e a Editora Pensamento.

O fundador do Circulo, o Ir.'. Antonio Olivio Rodrigues, criou o Circulo em 27 de junho de 1909, apoiando o trabalho esotérico em quatro sublimes Colunas: Harmonia, Amor, Verdade e Justiça.
Tive o prazer e a honra de conhecê-lo - e me filiar no local - com o Rosacruz e já antigo Esoterista Edson Vinhas, então Mestre do Capítulo S. João de Meriti, RJ.



Nascida da vontade de um operário imigrante português na virada do século 20, estruturada como as tradicionais sociedades secretas e fortalecida por um caldeirão espiritual onde cabem espiritismo, cristianismo, teosofia, filosofia, budismo e hinduísmo, a primeira ordem esotérica do Brasil atravessou o século e manteve seguidores.
O prédio que abriga a ordem, no entanto, resistiu menos ao tempo. A fachada, que ostenta símbolos ocultistas que intrigam os passantes de uma rua secundária do bairro da Liberdade, região central de São Paulo, é sustentada com a ajuda de arames.
Há um mês, veio a boa nova: a Secretaria de Estado da Cultura publicou resolução que tomba, por decisão do Condephaat, o edifício da rua Rodrigo Silva onde está instalado o Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento.
"O tombamento ajuda na esperança de conseguirmos patrocínio", afirma Élcio Lima, representante do círculo.
Os ornamentos tombados incluem estátuas, baixos relevos, quatro atlantes --seres gigantes que, segundo a teosofia, viveram há 18 milhões de anos na Atlântida-- e três mísulas (enfeites) com cabeças de mulher, símbolos de fraternidades ocultistas.

CRIAÇÃO
O prédio foi erguido em 1925, mas o círculo foi criado em 1909 por Antonio Olivio Rodrigues, tido como a principal referência da ordem.
Há outros três patronos: o escritor ocultista francês Eliphas Lévi (1810-1875), o líder espiritual americano Prentice Mulford (1834-1891) e o monge e filósofo hindu Swami Vivekananda (1863-1902).
A linha mestra é a força do pensamento em comunhão. Há rituais de meditação coletiva, em sintonia com centros em todo o país, chamados "tattwas" ou "pontos de luz".
"No plano espiritual, não há distância", diz Lima. O lema da ordem é "Harmonia, Amor, Verdade e Justiça".
Outra questão importante é a da simbologia. O círculo esotérico utiliza símbolos que considera universais, que não pertencem a religiões ou seitas, embora sejam usadas por elas.
Na biblioteca, eles estão em toda a parte, rejuvenescidos por uma reforma feita em 2009, centenário do círculo.
Nos anos 1940, a ordem teve 70 mil filiados, inclusive em outros países. Hoje, tem cerca de 5.000. Na quinta-feira, 16 participavam de uma das reuniões do círculo.
Um deles era o comerciante Vitor Moreira, 55. Católico, já freqüentou grupos de gnose e de teosofia, além da Seicho-No-Iê. "Venho pela ânsia de conhecimento do divino que há dentro da gente."


























































terça-feira, 18 de maio de 2010

Veja a face de um contemporâneo de Jacques De Molay


Pesquisadores britânicos reconstroem face de cavaleiro medieval

Uma equipe de pesquisadores britânicos conseguiu reconstruir a face de um suposto cavaleiro medieval a partir de um esqueleto encontrado no castelo de Stirling, na Escócia.
Os especialistas estão agora tentando descobrir a identidade do guerreiro, que teria morrido no século 13 ou no século 14.
O esqueleto é um dos dez encontrados no local onde teria funcionado uma capela real no castelo. O esqueleto de uma mulher foi encontrado próximo ao do cavaleiro.
Acredita-se que o cavaleiro teria sido morto durante as guerras de independência da Escócia contra a Inglaterra.
O castelo mudou de mãos várias vezes, e os exames tentarão descobrir se o cavaleiro era escocês, inglês ou até mesmo francês.


Documentário
O trabalho coordenado pela antropóloga forense Sue Black, da Universidade Dundee, é tema de um documentário que será transmitido pela BBC na Grã-Bretanha nesta quinta-feira.
Para o arqueólogo Richard Strachan, da agência oficial Historic Scotland, a reconstrução do rosto do cavaleiro dá “uma impressão poderosa” de como o cavaleiro seria.
“Ele era um nobre muito forte e saudável, com o físico de um jogador profissional de rúgbi, que teria treinado desde a infância para lidar com espadas pesadas e outros armamentos, e que teria passado bastante tempo montado sobre um cavalo”, disse.


A Historic Scotland, responsável pela administração do castelo de Stirling, anunciou a contratação de novas pesquisas para descobrir mais sobre os dez esqueletos encontrados no local, incluindo o de duas crianças.

Reforma
Os esqueletos datam dos séculos 13 a 15 e foram encontrados durante as obras de reforma do palácio real do castelo, a um custo de 12 milhões de libras (cerca de R$ 31,1 milhões).
“As técnicas avançaram muito desde que os esqueletos foram encontrados, em 1997, e hoje podemos dizer muito mais sobre a origem das pessoas, seus estilos de vida e as causas de suas mortes”, afirma a antropóloga biológica Jo Buckberry, da Universidade de Bradford, que participa da equipe que reconstruiu a face do cavaleiro.

“Este grupo é muito pouco comum, por causa de onde e quando as pessoas foram enterradas, sugerindo que eles devem ter sido socialmente importantes e que morreram durante eventos extremos como cercos (ao castelo)”, afirma Buckberry.
Os resultados da pesquisa, incluindo a face reconstruída, deverão fazer parte no futuro de uma exposição permanente no castelo de Stirling, a partir do ano que vem.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Um novo espaço Maçônico!


Conheça o ESPAÇO DO MAÇOM, do Ir.'. Luis Genaro Ladereche Fígoli, que apresenta temas interessantíssimos, com ênfase nos assuntos de nossa Arte Real.
Acesse o Site ou escreva para espacodomacom@hotmail.com e torne-se um leitor cativo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

All you Need Is Burguer!!!


Essa é pros saudosistas e beatlemaníacos: em São Paulo, procure o Burguer John & Paul, na rua Mourato Coelho, 1285 - Vila Madalena, São Paulo - SP - tel (011) 2337 2540.
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sexta-feira, 9 de abril de 2010

O Templo Maçônico


As imagens pertencem à ARLS DEUS, JUSTIÇA E FRATERNIDADE, 5 - GLEMA - Or.'. de S. Luis, Maranhão.
Aqui estão registrados o Templo Antigo, mais escuro, e o Moderno, em azul.
DEFINIÇÃO

É um lugar onde se reúnem os Maçons periodicamente para praticar as cerimônias ritualísticas que lhe são permitidas, em um ambiente fraternal e propício para concentrar suas atenções e esforços, para melhorar seu caráter e espírito, desenvolvendo seu sentimento de responsabilidade, fazendo-lhes meditar tranqüilamente sobre a missão dos homens na vida e recordando-lhes constantemente os valores eternos, cujo cultivo lhes possibilitará acertar-se da verdade.

O centro fundamental da vida social da Maçonaria é o templo, onde os maçons evoluem espiritualmente, celebrando rituais iniciáticos, meditando sobre a instrução recebida, refletindo sobre símbolos iconográficos referentes à arquitetura e praticando as virtudes da humildade fraterna e beneficência caritativa, como alegoria do aperfeiçoamento humano.
Desde o Oriente, onde se situa o altar do Venerável Mestre ou do Grão Mestre, enquanto dirigente dos trabalhos rituais da assembléia da Loja, até ao Ocidente, com o limiar de acesso das colunas, passando pelo pavimento mosaico e pela abóbada celeste estrelada, o templo maçônico inspira-se no do Rei Salomão de Israel, decorado com objetos e instrumentos que compõem o seu espaço sagrado.

O TEMPLO DO REI SALOMÃO

A Maçonaria é uma escola do conhecimento. O conhecimento é o amplo aspecto de multifaces, às vezes de uma mesma coisa, tema etc. Nas abordagens dos símbolos velados na ordem maçônica é preciso, analiticamente, entender que guardam aspectos intrínsecos e extrínsecos de sua propriedade, quer seja na sua idealização, construção ou referência.

Os símbolos maçônicos encerram abordagens históricas desde os operativos até os aceitos nos seus conceitos, e nos antigos manuscritos, mas se faz necessário buscar na essência concreta, as verdades reveladas nas pesquisas. Um símbolo de grande importância e muito referido em quase todos os graus dos mais diversos ritos, o Templo de Salomão, representa o arquétipo de todo um princípio gerador dos conceitos filosóficos que daí por diante propiciam os mais elementares fundamentos para o Templo Interior, desenhado na alma humana.

O Templo Maçônico – aqui, o elemento da construção, o monumento, o edifício, a Loja – como o concebemos, coisa recente, é bem diferente dos canteiros, adros, tabernas, salas e até convés de navios, nos quais se reuniram os primeiros Maçons. Com certeza, no passar do tempo, com a própria mudança e a alta adesão dos aceitos, os ambientes de reunião de um trabalho especulativo, tomaram outros ares, por assim dizer, com mais conforto e impregnados da simbólica emergente de cada rito.

O Templo, como querem alguns – mais esoteristas – tem grande relação com o Templo de Salomão, elemento fortemente religioso, notadamente cristão. Este aspecto pode ser desconsiderado quando entendermos da sua importância como símbolo vetor, modelo apenas para formar a consciência em nossos estudos como assim, os demais símbolos vindos das mais diferentes correntes de pensamentos, religiosos, corporativos, científicos etc. De qualquer modo é um símbolo e tratado apenas como tal, aqui apresentaremos pequenas abordagens de acordo com o Pentateuco (1), no seu segundo Livro: Êxodo (2), para a concepção inicial do Tabernáculo.

A primeira referência para um "santuário"(3) está no Êxodo (4) onde o Senhor ordena sua construção e fornece ele próprio o modelo e o mobiliário para Moisés quando subiu o monte Sinai. O Tabernáculo entre os israelitas era um lugar de encontro com o Senhor que, dessa forma, de dia e de noite habita com seu povo e foram guiados no deserto. O próprio Moisés construiu o Tabernáculo no lugar dos artesãos Bezalel e Aoliabe. O Tabernáculo era uma tenda desmontável. Para os israelitas este êxodo é comemorado como Páscoa (5), tornando-se o primeiro dos meses, tendo origem aí o calendário hebraico, Abibe/Nissã (6) (março/abril em nosso calendário), como marco de um novo começo.

Mas, voltando ao Tabernáculo, nele também foi mandado construir uma peça em forma de baú, contendo os Dez Mandamentos ou Tábuas da Lei, um vaso de maná (7) e a vara florescida de Arão. Sua tampa era chamada de propiciatório (8) e fixados nela dois querubins (9).
A Arca tinha duas varas que levantava-a por argolas, jamais podendo ser retiradas. Este móvel ficou no lugar Santíssimo (10) do Tabernáculo e representava o Trono de Deus. Uma mesa de madeira de cetim para os pães da proposição no lugar Santo (11) um castiçal ou candelabro de sete lâmpadas (menorá) numa lembrança da "sarça ardente", também no lugar Santo; o Altar do Incenso, ainda, no lugar Santo.

Todos estes mobiliários habitavam o interior da Tenda. Fora, no pátio, logo na entrada, o Altar do Holocausto, destinado a imolação dos animais (12) em sacrifício para fazer a expiação; antes da entrada da Tenda, o Lavatório, onde os sacerdotes se purificavam, em 1004 a. C., no reinado de Salomão, este assume para si, o que Davi não pode fazer: edificar uma casa ao nome do Senhor. A construção ficou conhecida como o Templo de Salomão. O projeto tinha o mesmo conceito litúrgico do Tabernáculo, porém suntuoso, considerado uma das sete maravilhas do mundo. Antes do pórtico foram erigidas duas Colunas: Joaquim e Boaz, existindo à sua frente uma enorme pia sustentada por doze touros de bronze e um grande altar para incinerar os sacrifícios. Politicamente, é certo afirmar, que o templo era um elemento agregador do povo judeu. Este primeiro templo foi destruído por volta de 586 a. C., quando a horda dos babilônios comandados por Nabucodonossor II invadiu Jerusalém.

Em 516 a. C., Zorobabel, descendente de Joaquim, que foi preso e levado para a Babilônia, faz erigir o segundo templo: o Templo de Zorobabel.
Dizem alguns historiadores bíblicos que este templo superava em dimensões o protótipo de Salomão.
O Átrio foi dividido em duas partes – uma para o público, outra para os sacerdotes. No lugar do altar de bronze, um de pedra. O Santíssimo estava vazio, pois não sabia-se do paradeiro da Arca(13), desde que o povo fora levado ao cativeiro. Na verdade, perdia em esplendor para o Templo de Salomão e em algumas particularidades, para o Tabernáculo de Moisés.

O terceiro templo foi erguido por Herodes, o Grande, para ganhar a aprovação dos judeus. Este templo veio a existir nos dias de Jesus, ainda inacabado, sendo o mais esplendoroso de todos. Ageu profetizou acerca de um templo futuro que ultrapassaria o de Salomão em glória e esplendor. Deste magnífico monumento só restou hoje o Muro das Lamentações. Estes três templos foram todos edificados no monte Moriat, na parte oriental de Jerusalém, ao que se sabe hoje, nas imediações, encontra-se a mesquita de Oman.

O Tabernáculo de Moisés, o Templo de Salomão, o Templo de Zorobabel e o Templo de Herodes, aqui apenas apresentados sem maiores detalhes para o Maçom, como mais um símbolo que se estabeleceu através dos tempos, erguidos pela fé, que o habitou e que deve servir como protótipo para o erguimento de cada Templo próprio e particular. Na comparação – do mais simples, sob adversidades, dos seguintes, acometidos de inconseqüências e intempéries externas e o último já pleno.
Que melhor símbolo para ser decantado?

NOTAS

(1) É uma palavra grega que designava os "cinco estojos" que enceravam os volumes ou rolos, as cinco partes da Torá, a qual compõe a Bíblia Judaica. O Pentateuco ou Torá compõe-se dos seguintes Livros: Gênesis, Êxodo, Números e Deuteronômio.

(2) Um dos cinco livros da Torá que registra a saída do Egito do povo hebreu para a Terra Prometida

(3) Um lugar separado para o Senhor habitar: Êx 25.8 – "E me farão um santuário, e habitarei no meio deles".

(4) Êx. 25.8 e 9.

(5) Pesah – pular além da marca, passar por cima, ou poupar. A festa da Páscoa é mais antiga que o êxodo, pois era a festa das primícias do rebanho e do começo da ceifa.

(6) Mês do calendário hebraico, dedicado às festas da Páscoa, Pães Asmos e as Primícias. Era quando apareciam as chuvas tardias da primavera bem como marcavam o início da colheita da cevada e do linho.

(7) Segundo a Bíblia – Êx. 16.31 – "era como semente de coentro; era branco, e o seu sabor como bolos de mel".

(8) Local onde o sumo sacerdote aspergia o sangue do sacrifício.

(9) Ez. 1.6: "E cada um tinha quatro rostos, como também cada um deles, quatro asas". – Os anjos são divididos em categorias diferentes – arcanjos, serafins, querubins etc.

(10) Lugar separado por um véu – peça de grande representação simbólica cristã – de acesso somente pelo sumo sacerdote que podia entrar ali, somente um dia no ano para representar o povo na presença de Deus.
(11) O lugar existente no interior do Tabernáculo, onde ficavam o altar do incenso, a mesa dos pães e o candelabro de ouro.

(12) A imolação dos animais era praticada no Dia da Expiação, dia mais importante do ano judaico, quando eram tomados dois bodes, um era o bode do sacrifício e o outro o bode expiatório. O sangue do primeiro, depois de imolado, era aspergido no Santíssimo e o segundo recebia, por imposição das mãos do sacerdote, todos os pecados dos israelitas e enviado ao deserto.

(13) As referências históricas sobre o desaparecimento da Arca e de outros mobiliários são escassas, porém, em Roma, no Arco de Tito, encontram-se gravadas as imagens da mesa e do candelabro, procedimento peculiar, dos vencedores em registrar os troféus de suas campanhas. Os mobiliários do Tabernáculo, em I Par – 16.37-39, registra que Davi entregou, em Gabaon, a Asaf e Sadoc, a Arca da Aliança e o Altar construído no deserto.

O MELHOR TEMPLO É O CORAÇÃO

Os autores Maçons não tinham templo, reuniam-se nas cavernas, mas tinham Rituais; sempre foram místicos. Os templos surgiram depois com as construções das Igrejas gregas ou romanas cujas abóbadas são pintadas de azul celeste e juncadas de estrelas para representar a abóbada celestial. Isso foi copiado dos templos egípcios onde o Sol e as Estrelas eram adorados. A mesma homenagem é feita ainda no Oriente, como na época do paganismo, pela arquitetura cristã e maçônica.

O Sol era designado “princeps porta”, a porta do mundo, e de “Rei de Glória”; é a porta do Oriente, de frente para Este em todos os Templos ou Igrejas. É por essa “porta de vida”, e via Solene por onde entra diariamente a luz para o quadrado oblongo da terra ou tabernáculo do Sol, que o recém-nascido é levado às fontes batismais.
É a esquerda do edifício – o Norte sombrio donde parte os “aprendizes” e onde os candidatos passam pela prova da água – que as pias batismais são colocadas hoje em dia, e onde se achavam, na antigüidade, as piscinas de água lustral, tendo sido as igrejas antigas templos pagãos.

Os altares da Lutécia pagã foram enterrados e reencontrados sob o coro da igreja de Notre Dame em Paris, onde ainda hoje existe o poço onde era conservada a água lustral. Quase todas as grandes e antigas igrejas do continente, anteriormente à Idade Média, primitivamente eram templos pagãos ou foram construídas no mesmo lugar, em conseqüência das ordens dadas pelos Bispos e Papas romanos. Gregório, o Grande, assim dá suas ordens ao frade Agostinho, seu missionário em Inglaterra: “Destrua os ídolos. Jamais os Templos.
Borrifa-os de água benta, coloque-lhes relíquias, e que os povos os adorem nos lugares onde têm o hábito de o fazer”.

Se Deus - GADU - é uma fonte geradora de energia à qual todos nós podemos nos ligar, desde que estejamos preparados para isso, equivale dizer que Deus está em toda parte, “é somente no intimo do coração que se deve elevar, neste caso, o mais belo Templo de devoção; qualquer outra coisa não seria mais que ostentação profunda”

Ir.'. Alexandre L. R. Bulgarelli
Ir.'. Cassius P. de Souza
Ir.'. Fabiano Afonseca Ferrari Duch
Ir.'. Fábio Mendonça Pereira
Ir.'. Neivam Moura de Carvalho
Ir.'. Valdir L. Bulgarelli

A.'.R.'.L.'.S.'. ELIPHAS LEVI
Rua Guaimbé, 192 - Mooca – São Paulo – SP

web@academicagenesis.com.br














































































































domingo, 4 de abril de 2010

Um Brasil tecnológicamente preparado na área militar

Conheça a saga do Carro de Combate OSÓRIO, um tanque brasileiro de 1a Geração, fantástica máquina de guerra que o Brasil tecnológico desenvolveu mas não conseguiu produzir. Uma história intrigante do pesquisador de Assuntos Militares da UFJF, Dr. Expedito Carlos Stephani Bastos.

Veja AQUI.





quarta-feira, 31 de março de 2010

A MAÇONARIA E AS SANTAS CASAS DE MISERICÓRDIA








BREVE RESUMO HISTÓRICO

http://recantodasletras.uol.com.br/ensaios/1868231

“ Os soldados hospitalares, que renunciaram à sua própria vontade, e aos demais,que servem por tempo assinalado,lhes mandamos com todo encarecimento, que, sem Licença do Mestre, se não atrevam a sair do lugar, salvo para ir ao Santo Sepulcro, e aos Santos Lugares, que se visitam dentro dos muros da cidade.”

Regra 35 – Regula pauperum Commilitonum Templi in Sancta Civitae.
(Regra dos Cavaleiros Templários). – Templários- Os Cavaleiros de Deus Edward B. Burman.

OS CRUZADOS

No ano de 1099 o exército cruzado conquistou Jerusalém e um reino cristão foi fundado na Terra Santa. A Europa estava mergulhada na miséria e na ignorância. Aventureiros de todos os cantos da cristandade passaram a ver no Oriente Médio uma oportunidade para uma vida melhor. Uma multidão de peregrinos cristãos desembarca na Palestina, provocando nos habitantes locais, muçulmanos em sua esmagadora maioria, uma onde de protesto e violência sem paralelo na história. Os doentes e os feridos se amontoavam nas cidades. Para resolver a questão da proteção aos peregrinos que buscavam a terra santa para viver, ou mesmo somente para visitar os lugares santos, foi fundada a Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, mais conhecida como Ordem dos Templários. E para tratar dos doentes e dos feridos, foi fundada a Ordem dos Cavaleiros do Hospital de São João, conhecida popularmente como Ordem dos Hospitálários.

Enquanto os cavaleiros templários estabeleceram sua sede nas ruínas do antigo Templo, os Hospitalários montaram a sua num mosteiro pertencente à Ordem dos Beneditinos, uma vez que era essa ordem que prestava, já desde o início das Cruzadas, serviços médicos á multidão de cristãos que se deslocaram para a Terra Santa por causa desse movimento. Esse mosteiro, conhecido como Hospital cruzado, foi fundado pelo monge beneditino, João, O Esmoleiro, filho do rei de Rodes, que havia chegado junto com os primeiros cruzados a Jerusalém. Esse hospital recebeu o nome de Hospital dos Cavaleiros de São João Batista, e pode-se dizer que foi o primeiro hospital filantrópico do mundo.

Com a fundação da Ordem dos Hospitalários, a direção desse hospital passou para esses irmãos. Á semelhança da Ordem dos Templários, os irmãos Hospitalários também cresceram e se tornaram muito poderosos, tanto política quanto economicamente. Mas diferentemente dos seus congêneres templários, os cavaleiros do Hospital de São João se mantiveram fiéis aos seus propósitos e nunca se desviaram da sua missão institucional, que era a construção e a manutenção de hospitais e proporcionar asilo e abrigo à pobreza necessitada.

Com o fim das Cruzadas, os Irmãos do Hospital de São João deixaram a Terra Santa e se estabeleceram em Rodes. A partir dessa ilha se espalharam por todo o mundo cristão, fundando asilos e hospitais, tornando-se a principal referência em serviços médicos e filantropia em toda a Europa Ocidental. Em razão disso jamais foram incomodados pela Igreja, que, ao contrário dos cavaleiros templários, sofreu feroz perseguição em princípios do século XIV, que ocasionou, inclusive, a extinção da Ordem em 1314 e à morte na fogueira dos seus principais lideres, inclusive o seu Grão-Mestre, Jacques de Molay.

OS TEMPLÁRIOS E HOSPITALÁRIOS EM PORTUGAL
Muitos cavaleiros templários, para escapar da perseguição que lhes movia a Igreja, se filiaram aos Hospitalários. O recém criado reino de Portugal foi um dos territórios onde esses proscritos cavaleiros se homiziaram. Em terras portuguesas, o jovem rei Afonso Henriques lhes deu asilo e proteção. Em troca, os Cavaleiros do Hospital de São João lhe prestaram uma preciosa ajuda na campanha de reconquista que o primeiro monarca português empreendeu contra os mouros, recuperando para a cristandade esse importante território que hoje abriga a pátria portuguesa.
Afonso Henriques era Cavaleiro Templário, como ele próprio afirma, em carta que assinou em 1129, doando à Ordem do Templo, entre outros bens, uma possessão no condado de Soure, próximo à cidade de Guimarães. A presença templária no território português é um episódio bastante marcante na história daquele país e sua participação na expulsão dos mouros foi deveras relevante, como registram os historiadores portugueses.

Com a extinção da sua ordem, os sobreviventes templários se refugiaram em reinos onde os soberanos concordaram em lhes dar abrigo e proteção. Esses países foram justamente aqueles que estavam em guerra com os muçulmanos – caso de Espanha, Portugal, e Escócia – principalmente, esta última em razão da guerra pela independência, que aquele país travava contra os ingleses. Em Portugal, os cavaleiros Templários e Hospitalários foram reunidos em uma única Ordem, fundada por Afonso Henriques, denominada Ordem dos Cavaleiros de Cristo, da mesma forma que na Escócia eles receberam o nome de Ordem dos Cavaleiros de Santo André.
CORREÇÃO: A Ordem de Cristo foi criada em Portugal como Ordo Militiae Jesu Christo pela bula Ad ae exquibus de 15 de março de 1319 do papa João XXII, sendo rei D. Dinis.
Comentário enviado por um maçom erudito.
Bastante conhecida é a participação dos cavaleiros Templários e Hospitalários na formação do reino de Portugal. Sabe-se, inclusive, que boa parte das riquezas dos templários serviu para o financiamento das grandes navegações iniciadas no século XVI, e que fez de Portugal a maior potência marítima da época. E também os conhecimentos de navegação trazidos pelos irmãos templários e Hospitalários foram de extrema utilidade para os portugueses, fazendo com que o pequeno reino lusitano cumprisse um papel tão importante no descobrimento e colonização do novo mundo.

A grande maioria dos navegadores portugueses, (Pedro Álvares Cabral, Vasco da Gama, Diogo Cão, entre outros), pertenciam à Ordem dos Cavaleiros de Cristo, sucessora dos Templários e Hospitalários em Portugal. As próprias naus portuguesas singravam os mares sobre a proteção da cruz templária (que era também o símbolo da Ordem dos Hospitalários).

Quanto à Ordem dos Hospitalários propriamente dita, em face da conquista daquela ilha pelos turcos otomanos, em 1530, ela deixou sua sede em Rodes e se estabeleceu na ilha de Malta, mudando seu nome para Ordem dos Cavaleiros de Malta, com o qual sobrevive ainda hoje. Em 1798 a ilha de Malta foi capturada pelos soldados de Napoleão. Os Cavaleiros de Malta foram praticamente absorvidos pelos maçons franceses. Quando Napoleão foi derrotado e os ingleses ocuparam a ilha, a Ordem foi dissolvida e a maioria dos seus membros encarcerados. Os que conseguiram escapar fugiram para a Itália onde refundaram a Ordem de Malta e estabeleceram sua nova sede em 1834.

Hoje a Ordem dos Cavaleiros de Malta, sucessora dos Irmãos Hospitalários, está estabelecida em Roma e o prédio onde ela está sediada tem status de estado livre, semelhante ao Vaticano. Os Irmãos Hospitalários continuam até hoje cumprindo a finalidade pela qual a Ordem foi fundada: cuidar dos doentes e oferecer asilo aos necessitados. Comandam a Cruz Vermelha e diversos hospitais por todo o mundo, principalmente Santas Casas de Misericórdia. Sua principal atuação está centrada em Portugal, França e Itália, onde uma grande parte dos hospitais filantrópicos está sob sua direção.
A ORDEM DOS CAVALEIROS DE SÃO JOÃO E AS SANTAS CASAS DE MISERICÓRDIA
Foram os cavaleiros Hospitalários que fundaram as primeiras Santas Casas de Misericórdia que se tem notícia. Evidentemente não com esse nome, mas com o mesmo propósito que norteia essas entidades até os dias de hoje: oferecer abrigo aos pobres e cuidados médicos à população carente em geral.
Foi, aliás, com esse propósito que João, o Esmoler, fundou o Hospital de Jerusalém, na época da Primeira Cruzada, e deu origem à Ordem dos Cavaleiros de São João do Hospital, hoje conhecida como Ordem dos Cavaleiros de Malta.

Muitas das atuais Santas Casas de Misericórdia, especialmente em Portugal, tiveram sua origem em hospitais fundados pelos cavaleiros templários e Hospitalários. Entre elas podemos citar as Santas Casas de Braga, Évora, Santa Maria da Vitória na Batalha e Proença Velha, entre tantas outras que ainda hoje servem à população de Portugal.
Foi o Rei Dom Manuel I, o Venturoso, que também pertencia à Ordem dos Cavaleiros de Cristo, que mudou o nome dos antigos hospitais filantrópicos para Santas Casas de Misericórdia. Em seu governo muitas Misericórdias foram fundadas, inclusive nos territórios ultramarinos, para onde elas foram levadas pelas mãos, principalmente dos jesuitas e beneditinos.

No Brasil, a primeira Misericórdia foi fundada em 1534, na então vila de Santos, por Tomé de Souza. Logo em seguida, em 1560, foi fundada a Santa Casa de São Paulo. Durante o período colonial, as Misericórdias, sempre ligadas à Igreja, eram os únicos hospitais existentes nas povoações brasileiras.

Hoje elas respondem por cerca de 60 º dos serviços médicos e hospitalares prestados pelo estado português e no Brasil esse percentual está próximo de 42 º, segundo a Confederação Brasileira das Santas Casas de Misericórdia.
A MAÇONARIA E AS SANTAS CASAS DE MISERICÓRDIA

É inegável a responsabilidade da Igreja Católica na fundação e manutenção das Santas Casas de Misericórdia. Em praticamente todas elas iremos encontrar a mão eclesiástica a dirigir esse trabalho.

Mas desde a sua origem, a Maçonaria tem exercido um importante papel nessa instituição, como bem mostram os registros históricos, apontando sempre a presença dos maçons operativos, seja na construção dos prédios onde os hospitais eram instalados, seja na própria gestão dessas entidades.
Era a esses irmãos que o Cavaleiro André Michel de Ransay se referia em seu famoso discurso de 26 de dezembro de 1736. Disse ele que “nossos antepassados, os Cruzados, reunidos de todas as partes da Cristandade na Terra Santa quiseram reunir assim, numa só Confraria, os indivíduos de todas as nações (....). Certo tempo depois, (a) Ordem se uniu aos Cavaleiros de São João de Jerusalém. Desde então nossas Lojas trouxeram todas o nome de Lojas de São João. Essa união foi feita a exemplo dos israelitas, quando construíram o Segundo Templo. Enquanto manejavam a trolha e a argamassa com uma mão, traziam na outra a espada e o escudo.(....)(1)

Eis aí, portanto, a razão das Lojas maçônicas, até hoje, serem conhecidas como Lojas de São João. Vem desses irmãos cavaleiros, não só a tradição arquitetônica, propriamente dita, aplicada especialmente na construção de asilos, hospitais, mosteiros e outras obras públicas, mas principalmente a atuação filantrópica que se observa na Ordem maçônica. Tanto que Lojas de hoje ainda se mantém a tradição de nomear um irmão “hospitaleiro” para recolher as contribuições dos irmãos para o “hospital”. (2)

Assim, a história dos hospitais filantrópicos está intimamente ligado as origens e às tradições da maçonaria. Podemos dizer, sem nenhum constrangimento, que foi o braço filantrópico e piedoso dos irmãos cavaleiros que deram origem a esse importante equipamento de saúde, que ainda hoje responde por uma boa parte dos serviços médicos e assistenciais que servem à população carente do mundo ocidental.

Destarte, embora as Santas Casas de Misericórdias sejam, inegavelmente, uma concepção da Igreja Católica, delas não se pode isolar a valiosa contribuição maçônica. Principalmente nos dias de hoje, há uma grande participação da Ordem na gestão dessas entidades. Na grande maioria das cidades brasileiras são maçons os dirigentes das Misericórdias. Esse é um trabalho que engrandece a maçonaria e enche os maçons de todo o mundo de justo orgulho.
__________________________________________________________________
(1) Jean Palou- Maçonaria Simbólica e Iniciática- Ed. Pensamento, 1968
(2) Hospital, na maçonaria,se refere às obras filantrópicas praticadas pela Loja.

Referências bibliográficasBurman, Edwuard- Templários, os Cavaleiros de Deus- Ed Nova Era-1998
Gomes, Saul Antonio- Livro do Compromisso da Confraria e Hospital de Santa Maria da Vitória- Ed. Ícone - Portugal- 2002
Palou, Jean-A Maçonaria Simbólica e Iniciática- Ed. Pensamento 1964